Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Todas as Notícias > Nos tempos da Cavalaria hipomóvel
Início do conteúdo da página

Nos tempos da Cavalaria hipomóvel

Santa Maria (RS) - A Cavalaria do Exército Brasileiro tem suas raízes intimamente ligadas à própria história do País. Embates a cavalo, movidos por governadores-gerais contra nações indígenas, já eram descritos no século XVI. Como Unidade pioneira tipicamente de Cavalaria, o Regimento de Dragões Auxiliares foi criado logo após os conflitos com os holandeses em Pernambuco. No final do século XVIII, durante o governo do Marquês de Pombal, surgiu, no Rio de Janeiro, o Regimento de Dragões, objetivando preservar a ordem e a observância às leis.

No mesmo período, no sul do País, o Regimento Dragões do Rio Grande desempenhava papel fundamental na preservação das fronteiras nacionais frente aos conflitos em torno da Colônia de Sacramento (1680).

A fronteira meridional do nosso país foi definida no entrechoque dos luso portugueses com os espanhóis e os combates foram realizados, basicamente, empregando tropa de cavalaria, que eram as mais aptas para atuarem com rapidez e mobilidade nos pampas gaúchos.

As características geográficas do Rio Grande do sul com seus campos planos levemente ondulados pelas cochilhas, pastagens em abundância e as fazendas como atividade econômica principal e própria a figura do gaúcho ligado a atividade pastoril, possibilitaram o florescimento da cavalaria na região como elemento de combate do exército imperial e depois republicano como maior e mais destacado elemento de defesa do país.

Todos estas características moldaram a defesa do sul do Brasil com tropas de cavalaria. Daí a presença de muitos quartéis da arma nas cidades da nossa fronteira: Jaguarão, Dom Pedrito, Bagé, Santana do livramento, Quarai, Itaqui, São Borja, São luís Gonzaga e no aprofundamento da fronteira encontramos as cidades de: São Gabriel, Rosário do Sul, Alegrete e Santa Rosa com quartéis de cavalaria. Esta ordem de batalha se mantém até os dias de hoje e incluía a estrutura logística para o abastecimento das tropas, que era realizada por via-férrea. Todas as cidades tinham ligação ferroviária e a maioria das unidades militares tinham terminais ferroviários chegando até o quartel. Esta medida era necessária para facilitar o abastecimento dos gêneros em geral, que eram de difícil aquisição nas pequenas cidades da nossa fronteira nos idos do século 19 e meados do século XX e, portanto, tinham que ser adquiridos nas cidades maiores como Porto Alegre. Havia os suprimentos volumosos como milho, alfafa e aveia para arraçoar as centenas de cavalos que compunham um regimento de cavalaria que na época só era viável pelo transporte ferroviário.

É conhecida como a “Arma de Heróis”, em reconhecimento a ilustres militares que ostentaram as lanças cruzadas como símbolo, dos quais merecem destaque o Marechal Osório, Patrono da Cavalaria, o Brigadeiro Andrade Neves, Barão do Triunfo dentre outros que derramaram seu sangue em defesa da Pátria.

Nesse período, a inexorável evolução bélica, com o surgimento das metralhadoras, no final do século XIX, e dos carros de combate, no século XX, fez com que os cavalos fossem substituídos por esses meios, mesclando mobilidade e poder de choque. Após as reformas de 1908 e a influência da Missão Francesa no Brasil (1921), a Cavalaria brasileira sofreu inúmeras modificações, intensificadas com o acordo militar Brasil-EUA, a partir da década de 1960, fazendo com que o Exército recebesse para suas Unidades os mais modernos materiais blindados da América do Sul.

Hoje temos três regimentos de Cavalaria de Guarda (Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília) que são tropas hipomóveis para missões de cerimonial militar.

2020.10.15 Nos tempos da cavalaria Hipomóvel1

registrado em:
Fim do conteúdo da página